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METODOLOGIA

Conheça os 5 princípios da filosofia HOP

17/10/2024
Lupa observando o símbolo de alerta

Uma das novas visões da segurança no trabalho envolve a relação humana na operação do negócio, especificamente na linha de frente e o desempenho dos fatores humanos e organizacionais.

Dessa nova perspectiva nasceu o HOP – Human and Organizational Performance ou Desempenho Humano e Organizacional. É uma filosofia que foi desenvolvida por um grupo de profissionais no Laboratório Nacional de Los Alamos. Parte do princípio de que os humanos são propensos a erros e que é impossível que as pessoas façam as coisas certas o tempo todo. Seu foco é construir sistemas de segurança tolerantes a erro.

É uma ferramenta que visa conduzir de forma saudável a interação entre o trabalho e o homem, com foco no aprendizado. Busca reduzir burocracias e criar um sistema de inteligência, onde pode-se aprender com o próprio ambiente.

Lista com os 5 princípios da filosofia HOP

Os 5 Princípios HOP

Em 2019, Todd Conklin publicou os 5 Princípios do “Desempenho Humano e Organizacional”, são eles:

1) Erro humano é normal:
Ações humanas normalmente são respostas aos processos, pressões, demandas e exigências que são percebidas pelos indivíduos e times de trabalho.

Quando ocorre um acidente é mais produtivo entender o que há de errado no processo e não simplesmente atribuir ao “erro humano”.

Nesse sentido os profissionais de segurança devem se concentrar em criar ambientes e processos que sejam mais tolerantes a erros.

2) Culpar não corrige nada:
Os profissionais de segurança devem se concentrar em criar um ambiente de aprendizado, onde as pessoas se sintam seguras para admitir seus erros e aprender com eles.

3) O contexto dirige o comportamento:
Significa olhar de forma mais profunda e mais significativa o que acontece no ambiente, e assim entender quando as coisas podem dar errado.

O comportamento das pessoas é influenciado por uma série de fatores, incluindo suas metas, as condições de trabalho e a cultura da organização. Os profissionais de segurança devem entender esses fatores e projetar sistemas que sejam compatíveis com o comportamento humano.

4) Aprendizagem é vital:

Quando as coisas dão errado devemos decidir se nós queremos culpar e punir ou aprender e melhorar

Conklin.

As organizações que aprendem com seus erros são mais propensas a ser seguras. Os profissionais de segurança devem criar uma cultura de aprendizado, onde as pessoas se sintam seguras para compartilhar informações e insights.

5) A forma como o líder reage ao erro é fundamental:
A resposta dos líderes a eventos negativos pode ter um grande impacto na segurança da organização. É um exercício constante manter a calma, demonstrar empatia e compreensão na hora de entender e ouvir o relato do ocorrido. O importante é se concentrar em aprender com o evento e implementar mudanças que solucionem o risco, eliminando-o ou reduzindo-o. Isso é gerenciar o risco efetivamente.

Providenciar espaços para debates a respeito dos problemas encontrados, pode levar a organização a entrar em uma atmosfera de profundo aprendizado e participação do trabalhador na segurança do ambiente.

Se você está procurando melhorar a segurança da sua organização, a filosofia HOP é uma ótima ferramenta na transformação da cultura organizacional e na melhoria da gestão da segurança do trabalho.

Aplicação Prática do HOP

1. Criar um comitê de aprendizado:
Forme um grupo multidisciplinar com representantes de diferentes áreas. Esse comitê deve ser responsável por discutir e analisar incidentes e quase-acidentes, focando em aprendizado, não em punição.

2. Implementar reuniões de balanço:
Após qualquer incidente, realize uma reunião para discutir o que aconteceu. Utilize perguntas como:

  • O que estava acontecendo no ambiente?
  • Que fatores contribuíram para o erro?
  • Como podemos evitar que isso aconteça novamente?

3. Estabelecer um sistema de relato anônimo:
Crie um canal seguro e anônimo para que os funcionários possam relatar erros e preocupações. Garanta que não haverá retaliação, incentivando um ambiente de confiança.

4. Treinamentos regulares sobre o HOP:
Realize workshops e treinamentos periódicos para educar a equipe sobre os princípios do HOP. Inclua simulações práticas que enfatizem a importância do aprendizado e da adaptação.

5. Fomentar uma cultura de feedback:
Incentive os líderes a praticar uma comunicação aberta e empática. Após incidentes, promova discussões sobre como a resposta da liderança pode influenciar a percepção de segurança na equipe.

6. Avaliação contínua do ambiente:
Realize avaliações regulares do ambiente de trabalho, identificando fatores que possam influenciar o comportamento dos funcionários. Use essas informações para ajustar processos e políticas.

7. Celebrar aprendizados:
Reconheça e celebre quando a equipe aprende com erros. Crie um espaço para compartilhar histórias de aprendizado e melhorias implementadas como resultado de falhas.

O HOP é antifrágil

O HOP enfatiza que o erro humano é uma parte natural da operação humana, sugerindo que os sistemas devem ser projetados para serem tolerantes a erros. Da mesma forma, a antifragilidade, termo popularizado por Nassim Nicholas Taleb em seu livro “Antifrágil”, publicado em 2012, sugere que sistemas ou organizações devem não apenas resistir a choques, mas também se beneficiar deles. Quando um erro é visto como uma oportunidade de aprendizado, a organização se torna mais forte, assim como uma estrutura antifrágil que se fortalece com o estresse.

“Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos” é um livro que explora a ideia de que alguns sistemas, organizações e indivíduos não apenas sobrevivem a choques e estresses, mas realmente se fortalecem e melhoram devido a eles. Taleb categoriza as entidades em três grupos: frágeis (que se quebram sob pressão), robustas (que resistem, mas não melhoram) e antifrágeis (que se beneficiam das adversidades).

O autor utiliza exemplos de diversas áreas, como economia, saúde e ciência, para ilustrar como a incerteza e o risco podem ser transformados em oportunidades. Ele argumenta que, para ser antifrágil, é preciso abraçar o caos, a volatilidade e o aprendizado contínuo, evitando a busca pela estabilidade a todo custo. O livro promove a ideia de que, ao aceitar a incerteza e desenvolver flexibilidade, indivíduos e organizações podem prosperar em um mundo imprevisível.

A integração dos princípios do HOP com os conceitos de antifragilidade pode fortalecer a cultura organizacional, promovendo um ambiente onde erros são vistos como oportunidades de crescimento. Isso não apenas melhora a segurança no trabalho, mas também prepara a organização para enfrentar desafios futuros com mais eficácia e resiliência.

Os cinco princípios de Todd Conklin abordam a necessidade de criar um ambiente de aprendizado, entender o contexto que influencia comportamentos, e a importância da liderança na resposta a erros. Isso sugere que, em vez de punir, as organizações devem focar em aprender com os erros e melhorar continuamente.

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