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entrevista

Análise de risco e ferramentas operacionais, por Álvaro Domingues

22/08/2024

Os desafios táticos na área de SSMA frequentemente encontram na análise de risco uma ferramenta crucial para sua superação. Por exemplo, garantir uma comunicação eficaz sobre os riscos associados às atividades laborais requer um estudo meticuloso dos perigos envolvidos, permitindo uma identificação precisa e uma abordagem clara na divulgação das informações pertinentes. 

O Mestre Álvaro Domingues nos explica sobre a análise de risco e as ferramentas operacionais para a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.

Álvaro Domingues é Especialista em ESG (Ambiental, Social e Governança), Auditor Líder em Sistemas de Gestão Integrados (SGI) e formado em Engenharia de Segurança do Trabalho, pós-graduado em Engenharia de Qualidade e mestre em Engenharia Ambiental, com mais de 15 anos de experiência sólida e abrangente na área.

Da mesma forma, o cumprimento das normas e regulamentos muitas vezes depende de uma análise de risco detalhada para garantir que todas as medidas de segurança necessárias estejam em vigor. 

A análise de risco é um processo utilizado para identificar, avaliar e gerenciar os riscos. O objetivo principal é entender as potenciais fontes de perigo ou incertezas que podem afetar um sistema, empresa ou projeto, e então tomar medidas para minimizar ou controlar esses riscos.”

Álvaro complementa que a análise de risco envolve:

  • a identificação dos possíveis eventos adversos
  • a avaliação da probabilidade de ocorrência desses eventos 
  • a estimativa das consequências caso ocorram

Com base nessas informações, são desenvolvidos estratégias e planos de ação para mitigar os riscos e proteger os interesses da organização, dos trabalhadores e do meio ambiente.

Com mais de 15 anos de experiência em diversos setores, desde aviação até mineração, enfrentei e testemunhei uma série de desafios persistentes na área de SSMA. Entre os desafios mais comuns, destaco a necessidade contínua de manter o espírito de prevenção entre os colaboradores, e a luta para fazer com que as empresas enxerguem a segurança no trabalho como um investimento, e não apenas como um custo.”

Além disso, Álvaro destaca um desafio bastante significativo, que é lidar com a chamada “Síndrome de Gabriela”, onde empresas estabelecidas resistem a mudanças e novas abordagens devido à mentalidade arraigada de “sempre foi assim”. Ele diz que convencer os stakeholders, especialmente os patrocinadores e líderes autodirigidos, a adotar novas práticas e mentalidades de segurança requer um esforço extra de persuasão, baseado em dados, fatos e estratégias sólidas.

Ele também pontua um outro desafio importante é a gestão eficaz de empresas terceirizadas, que muitas vezes operam em ambientes complexos e exigem uma abordagem cuidadosa para garantir a conformidade com os padrões de SSMA.

Enfrentar esses desafios requer não apenas conhecimento técnico, mas também habilidades de comunicação, persuasão e gestão de mudanças. É uma jornada desafiadora, mas fundamental para promover um ambiente de trabalho seguro, saudável e sustentável em todas as organizações.”

O engenheiro complementa que ao abordar a divulgação da análise de risco, é fundamental reconhecer a necessidade de uma visão abrangente e equilibrada, não apenas revisando incidentes passados ao longo de um horizonte de cinco anos, mas também antecipando e planejando ameaças potenciais que ainda não se materializaram. Essa abordagem prospectiva permite uma preparação mais sólida e ágil para enfrentar os desafios futuros, minimizando assim os impactos adversos.

Dentro desse processo, ele destaca a técnica conhecida como “Big Five“, focada na identificação dos cinco maiores perigos ou riscos, empregando a matriz de priorização GUT (gravidade, urgência e tendência) para isso.

Essa metodologia proporciona uma estrutura clara para priorizar e abordar os riscos mais significativos de forma eficiente, ajudando a desenvolver as tão importantes “regras de ouro” da empresa, que servem como orientações essenciais para a segurança e proteção de todos os colaboradores.”

Matriz de Priorização GUT

É uma ferramenta de gestão que ajuda a classificar e priorizar problemas ou questões com base em três critérios. São eles:

  1. Gravidade (G): Refere-se à gravidade ou impacto potencial do problema caso não seja tratado. É uma medida da extensão do dano ou das consequências negativas que podem ocorrer devido ao problema.
  1. Urgência (U): Indica a rapidez com que o problema precisa ser resolvido. Isso considera o tempo disponível para tomar medidas corretivas e a urgência da situação para evitar danos imediatos.
  1. Tendência (T): Avalia a tendência ou probabilidade de que o problema se agrave com o tempo, caso não seja tratado. Isso leva em consideração se o problema está se deteriorando progressivamente ou se há uma possibilidade de piorar no futuro.

Após avaliar cada problema ou questão em relação a esses três critérios, é atribuída uma pontuação para cada um deles, geralmente em uma escala de 1 a 5, onde 1 representa a menor gravidade, urgência ou tendência, e 5 representa a maior. Essas pontuações são então multiplicadas para obter um valor de prioridade para cada problema. Quanto maior o valor, maior a prioridade de tratamento.

A matriz resultante pode ser usada para determinar quais problemas devem ser abordados primeiro, com base em sua pontuação de prioridade. Isso permite que as organizações concentrem seus recursos e esforços nas questões mais críticas e urgentes, garantindo uma abordagem mais eficaz na gestão de riscos e na melhoria contínua dos processos de SSMA.

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