No cenário de Santo Antônio do Rio Grande – MG, uma postagem no Instagram recentemente capturou a atenção das redes sociais: uma imponente fogueira que alcança uma altura impressionante de 16 metros, construída com técnicas refinadas desenvolvidas ao longo de mais de um século. A base da estrutura, feita com aproximadamente dois metros de madeira de replantio, é enterrada no solo para sustentar todo o conjunto. Além disso, parte da fogueira é protegida por uma folha de zinco, que previne a deterioração da estrutura causada pelo fogo.
Esta postagem aqui:
A celebração é um evento regular na programação da Festa de Santo Antônio, o padroeiro da vila. A concepção dessa fogueira imponente teve origem por volta de 1910, na vizinha Bocaina de Minas, próxima a Santo Antônio do Rio Grande.
Mas nesta postagem, o que especificamente chamou a nossa atenção?
O que chamou nossa atenção foi o comentário questionando a segurança dos profissionais montando a fogueira, dos riscos do indivíduo sem EPI (Equipamento de Proteção Individual) e as reações e discussão acerca do comentário.
O comentário dizia:
“O cara está a 30m de altura sem EPI, sem segurança nenhuma, numa pilha de pedaços de madeira. Pouco me importa a tradição numa situação dessa. Se é tão importante acender uma fogueira desse tamanho, invista na segurança de quem está proporcionando esse momento.”
E as consequentes reações a este comentário foram variadas e muitas negativas.
Fizemos um levantamento dos primeiros 968 comentários de resposta ao comentário acima, na data de 19 de junho, às 19h15, e 573 eram negativos, o que representou 59,2% de comentários que demonstram não terem a percepção do risco.
A percepção de risco é crucial para entender como os trabalhadores e as organizações lidam com potenciais ameaças à segurança no ambiente de trabalho.
Indivíduos podem perceber riscos de maneiras distintas com base em experiências pessoais, treinamento recebido, cultura organizacional e normas sociais. Fatores como familiaridade com o trabalho, confiança nas medidas de proteção, histórico de acidentes e pressão por produtividade desempenham um papel significativo na formação dessa percepção.
A possibilidade de um acidente acontecer não é remota. Em uma festa junina em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, dois homens morreram após cairem de cerca de 18 metros enquanto montavam uma fogueira gigante, semelhante à da postagem.
A percepção de risco influencia diretamente o comportamento dos trabalhadores no local de trabalho. Quando os riscos são subestimados ou mal interpretados, os trabalhadores podem adotar comportamentos arriscados ou não seguir protocolos de segurança. Por outro lado, uma percepção precisa e realista dos riscos pode motivar a adesão rigorosa às normas de segurança, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.
A análise dos comentários revelou uma divisão significativa na percepção de riscos e na valorização da segurança pessoal. Enquanto alguns defendiam a priorização da segurança como um dever mínimo, outros expressaram desdém pela burocratização e pelo excesso de regulamentações.
Essas vozes sugeriram que a manutenção das tradições locais deveria prevalecer sobre considerações de segurança, argumentando que o risco era aceitável em nome da celebração cultural.
É essencial reconhecer que a segurança não deve ser vista como uma imposição externa, mas sim como um valor intrínseco que pode fortalecer e perpetuar práticas culturais de longa data. O desafio reside em educar e sensibilizar as comunidades sobre a importância de medidas de segurança adequadas, sem comprometer a autenticidade e a profundidade das tradições locais. Ao encontrar um equilíbrio sensato entre tradição e segurança, é possível garantir que celebrações como a fogueira não apenas perdurem, mas também prosperem em um ambiente seguro e respeitoso.
E quais medidas de segurança poderiam ser tomadas neste caso?
Seria necessário considerar o uso de estruturas auxiliares, como andaimes ou plataformas elevadas seguras, garantindo assim uma base estável para trabalhar. Além disso, para a elevação das toras, equipamentos de elevação seguros (o que consideraria ir além do trator usado) e adequados. No caso de existir ponto de ancoragem, pode-se fazer o uso de linha de vida.
Os EPIs que podem ser considerados neste caso são:
Essa tradição precisa continuar, por isso, vale a pena investir em segurança e adotar métodos mais seguros para a montagem, como o uso de guindastes ou gruas, que são opções mais robustas para erguer toras grandes, pois oferecem maior capacidade de carga, estabilidade e controle preciso sobre a manipulação das toras. Além disso, implementos de elevação em veículos terrestres, como tratores ou caminhões equipados com garfos de carga ou guinchos, ou ainda uma montagem manual assistida por equipamentos, utilizando uma combinação de equipamentos manuais e assistência mecânica, proporcionando um equilíbrio entre eficiência e segurança na montagem da fogueira.
E você? O que achou da reação das pessoas ao comentários sobre a segurança do trabalhador que estava montando a fogueira?
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