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Ciência de Dados

Decisões baseadas em dados em SST

23/02/2024
Foto de Scott Graham na Unsplash

A tomada de decisões baseada em dados na área de Saúde e Segurança no Trabalho é uma prática fundamental para garantir ambientes de trabalho seguros, proteger a saúde dos trabalhadores, reduzir acidentes e doenças ocupacionais e diminuir significativamente os custos. 

Pesquisa do MIT (Massachusetts Institute of Technology) feita com 179 empresas listadas na Bolsa de Valores revelou um aumento de 6% em produtividade e performance em empresas que tomam decisões baseadas em dados, também conhecidas como Data-Driven. Aquelas que não possuem tratamento e gestão dos dados têm risco aumentado de errar ou sofrer prejuízos.

Decidir com base em dados é, de uma maneira simplificada, ter informações que apoiam e suportam uma decisão, diminuindo ao máximo os vieses pessoais do decisor e levando em consideração o histórico da organização. A área de SST possui uma equipe comumente pequena (como mostramos neste estudo de caso aqui) e, por isso, suas ações precisam ser o mais otimizadas possíveis. O que causa mais propensão a causar acidente: a falta de treinamento de um colaborador novo ou um EPI com defeito em um colaborador antigo? Se você tivesse que priorizar a ação de hoje, qual seria? Em um cenário hipotético como esse, o decisor iria pela própria opinião, que poderia variar conforme uma combinação de fatores, como seu tempo de experiência naquela empresa e até seu tempo de formação na área. Por muitas vezes, a escolha vai pela sorte ou pelo que lhe agrada mais, elevando o risco da decisão tomada. Quando temos informações disponíveis as quais nos pautar, aumentamos a eficiência da decisão, diminuindo a probabilidade de ocorrer problemas maiores. Em caso de ocorrências e desvios, os dados fornecem justificativas robustas pela decisão tomada, protegendo o decisor, inclusive, de problemas legais futuros.


  • A coleta de dados é o primeiro passo, ela envolve a obtenção de informações sobre acidentes, incidentes, desvios comportamentais, doenças ocupacionais, exposição a riscos, condições do ambiente de trabalho e demais fatores relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores. Quanto mais detalhada for essa coleta, mais completo será o resultado. Quando há um sistema para apoiar essa coleta, um check-list minucioso facilita a investigação, levantando questões que poderiam passar despercebidas.
  • O segundo passo é a análise de dados. Após a coleta de dados, é importante realizar análises estatísticas e avaliações de risco para identificar padrões, tendências e áreas de preocupação. A análise de dados pode ajudar a identificar quais riscos são mais prevalentes e onde os recursos de prevenção devem ser direcionados. Por exemplo: o maior número de acidentes ocorreu com determinada máquina, no turno da madrugada, nos membros superiores, com funcionários com menos de 1 ano de experiência de uso do equipamento, do sexo masculino e com mais de 45 anos de idade.

Na área de SST, a tomada de decisão é um passo muito urgente e importante, pois está lidando com as vidas das pessoas. Com base na análise de dados, as organizações podem tomar decisões sobre a alocação de recursos, implementação de controles de risco, treinamentos, atualização de políticas e procedimentos, entre outros. Essas decisões visam mitigar riscos e melhorar a segurança e a saúde e é uma etapa que deve envolver a todos, tornando-os corresponsáveis pelas mudanças necessárias. A comunicação dos resultados e das decisões é crucial. Os envolvidos, desde a alta administração até os colaboradores de linha de frente, devem estar cientes das ações tomadas e das razões por trás delas.

Decisão baseada em dados não é um processo pontual, mas sim uma mudança comportamental, ou seja, um “jeito de realizar as coisas” que demanda um esforço contínuo até que se torne um hábito organizacional, fazendo parte da cultura local. É essencial manter sistemas de monitoramentos contínuos para garantir que as estratégias de prevenção e as políticas de SST estejam funcionando. Além disso, se faz necessário realizar ajustes periódicos, corrigindo as rotas com o intuito de sempre manter as tarefas alinhadas aos objetivos que se deseja alcançar. Na utilização dos dados, a comparação de dados de segurança e saúde com benchmarks ou padrões da indústria pode ser útil para entender como uma organização se compara em relação a outras. Isso pode inspirar melhorias, fornecer insights sobre melhores práticas e ajudar na construção de argumentos de defesas para novos investimentos.

A integração de tecnologia com a área de SST é determinante para o uso dos dados. A tecnologia desempenha um papel significativo na coleta, armazenamento, organização, análise e compartilhamento de dados relacionados. Sistemas de gerenciamento, aplicativos móveis, sensores e dispositivos de monitoramento são utilizados para coletar e analisar informações de forma mais eficiente e rápida, além de gerar relatórios e dashboards que facilitarão a visualização e o entendimento, viabilizando uma boa tomada de decisão.

Como detalhamos neste artigo aqui é preciso ter o controle de todas as variáveis (ou pelo menos das mais importantes) que impactam nos processos de SST. Após essa etapa ter sido vencida, ou seja, a organização já tiver implementado um sistema robusto de captura e análise de dados, ela estará apta a seguir para o próximo nível de análise de dados: o da predição. 

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) diz que 96% dos acidentes de trabalho podem ser evitados, ou seja, são previníveis. Dentro dessa premissa, o uso de dados pode ser um bom caminho para chegar a essa informação, por meio de análise dos dados dos incidentes e/ou quase acidentes. Tal prerrogativa faz todo sentido, uma vez que a base teórica da Pirâmides de Desvios (Heinrich, Bird, DuPont) diz que antes de uma ocorrência grave acontecer, outras com menor gravidade antecederam a ela, fornecendo indícios de problemas e situações a serem resolvidas. Monitorar todos esses indícios em tempo real é a chave para se antecipar e prevenir de maneira preditiva.

A análise preditiva envolve técnicas estatísticas e modelos que podem prever eventos a partir de um conjunto de dados. Um modelo preditivo é construído com base nos dados históricos que relacionam os atributos descritivos com os atributos de classe. Esse modelo é desenvolvido usando técnicas estatísticas, de aprendizado de máquina ou outras metodologias de análise de dados. 


Esperamos que esse artigo ajude você, profissional de SST, a ampliar sua visão sobre as inúmeras vantagens de fazer uso de dados para as tomadas de decisões. Se você ainda não conhece, convidamos você a experimentar o SICLOPE, nossa plataforma digital criada especificamente para gerir processos de Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Qualidade. Nela você poderá capturar, gerir e analisar dados ligados às área de SST com segurança e confiabilidade, além de acompanhar o andamento, metas e resultados dos processos de toda a sua organização em um único ambiente, provendo agilidade e eficiência operacional. Agende por este link uma apresentação técnica com nosso time de Engenharia QSMA.

Quer saber mais sobre esse tema? Pesquisa por “decisões baseada em dados” ou pelo termo “data driven”, expressão que vem do inglês e significa “baseado em dados”. Esse conceito já vem sendo bastante difundido em várias áreas de negócio e pode lhe ajudar a aperfeiçoar as suas buscas. Bons estudos!

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Instalado de forma modular, o SICLOPE atende as necessidades dos nossos clientes da forma mais otimizada possível. A solução garante informação disponível, conhecimento do problema, velocidade e assertividade para as tomadas de decisões e gestão dos riscos do negócio, com foco no fortalecimento da cultura preventiva e atendimento legal. O resultado é o aumento da qualidade da gestão do tempo, com a consequente melhoria da tomada de decisão.

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